quinta-feira, 26 de junho de 2014

AULA 06: TERAPIA OCUPACIONAL NA HOSPITALIZAÇÃO SEGUNDO CICLO VITAL- INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA (APRESENTAÇÃO DE SEMINÁRIO)
















A turma foi dividida em dois grandes grupos, no primeiro dia apresentaram os ciclos infância e adolescência, aspectos físicos e psicológicos.


    INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA:
  • Segundo Piaget o desenvolvimento humano ocorre em estágios e são eles:
    → Sensório motor (0 a 2 anos) forma de explorar o ambiente baseado em estímulos manuais, fase da ação e reação.
    → Pré operacional (2 a 7 anos) mistura da realidade com fantasia, não tem noção de conservação, inicio do aspecto social.
    → Operacional concreto (7 a 12 anos) pensamentos mais lógicos, maior flexibilidade mental para reconhecer as regras dos jogos, capacidade de reconhecer o sentimento dos outros.
    → Operacional formal (12 anos em diante) pensamento dedutivo, hipotético e lógico propõe novos códigos e condutas.

  • Adolescência-aspectos físicos: A puberdade tem seu início entre 9 e 14 anos para os meninos, e entre 8 e 13 para as meninas.
  • As principais transformações físicas biológicas que acontecem nessa fase são:
    → Desenvolvimento da genitália
    → aparecimento dos caracteres sexuais secundários
    → alteração na distribuição da gordura corporal
  • Doenças mais comuns na infância:
    → laringite
    → otite
    → amigdalite
    → conjuntivite
    → infecção urinária
    → diarreia
  • Doenças mais comuns na adolescência:
    → dor de cabeça
    → cólica forte
    → tendinite
    → bulimia
    → doenças sexualmente transmissíveis (DTS)
    → gastrite
    → anorexia
    → transtornos ansiosos e depressivos


  • A lei N 11.104, de 21 de março de 2005, que “0briga” todos os hospitais que ofereçam atendimento pediátrico a implantarem brinquedotecas em suas dependências.
  • Objetivos principais do terapeuta ocupacional que atua no contexto hospitalar voltado para a infância: Se preocupar com o emocional do paciente, amplitude de movimento, controle e alinhamento postural, coordenação motora fina e grossa, lateralidade e cruzamento da linha média.
    MINHA VISÂO SOBRE A AULA: sabemos que a internação causa uma drástica ruptura no cotidiano do paciente, na infância e adolescência essa quebra implica no isolamento, enfraquecimento da rede de apoio, e nós terapeutas ocupacionais precisamos entender o funcionamento, o desenvolvimento do indivíduo criança e adolescente sem patologias para poder intervir de maneira adequada quando alguma patologia acometer esse indivíduo, sabendo desenvolver intervenções eficaz e apropriadas para a idade do paciente. Através de estudos pesquisados encontrei um artigo científico que cita o impacto da hospitalização em crianças de um a cinco anos de idade.
  • O IMPACTO DA HOSPITALIZAÇÃO EM CRIANÇAS DE 1 A 5 ANOS DE IDADE
O presente trabalho se propõe a identificar as reações físicas e emocionais das crianças de 1 a 5 anos. A população alvo constou de 56 crianças internadas no Hospital Pediátrico Monsenhor Pedro Rocha de Oliveira, no Crato, Ceará. Os dados foram obtidos a partir de um formulário especialmente construído para a pesquisa e da observação. Os resultados demonstraram que o grupo de crianças que tiveram acompanhantes durante a hospitalização apresentou menor freqüência de reações físicas, tais como: choro, vômitos, diarréia, taquicardia, inapetência, insônia, enurese noturna, e emocionais tais como: indiferença, medo, apatia, agressividade e irritabilidade, do que o grupo de crianças, sem acompanhantes, durante a internação. Os acompanhantes das crianças mostraram-se cooperativos com a equipe de saúde. Concluímos que se deve exigir dos governantes políticas públicas que privilegiem a criança, especialmente no que diz respeito ao direito de permanecer com um familiar quando em situação de internamento hospitalar.
Método
Amostra
Participaram 56 crianças de 1 a 5 anos de idade, internadas no Hospital Pediátrico Monsenhor Pedro Rocha, no município do Crato, estado do Ceará, por um período de três meses. Dessas, 28 crianças estavam internadas com acompanhamento de familiares e 28 não dispunham de acompanhantes.
O critério de idade foi adotado, tendo em vista, ser nesta idade, que os efeitos da hospitalização são
mais evidentes, durante a internação (Farias e cols., 2003).
Instrumento
Os dados foram obtidos a partir de um formulário e de observação in loco.
O formulário abordava os seguintes aspectos: identificação da criança (sexo, idade, tempo de internação, se estava com acompanhamento familiar) e as reações físicas (por exemplo: choro, crise de vômito, inapetência) e emocionais (por exemplo: indiferença, apatia, medo, agressividade) demonstradas pela criança durante a internação. Constava, também, de um item que fazia menção às reações demonstradas pelos acompanhantes das crianças durante a internação.
pode-se verificar que, no grupo de crianças com acompanhamento familiar durante a internação, a enurese noturna foi a reação física mais freqüente com 30,8% dos comportamentos observados, seguida do choro com 25,6%, inapetência 12,9%, taquicardia 11,5%, insônia 8,9%, crises de vômitos 6,5% e hipertermia 3,8%. Quanto às crianças que ficaram hospitalizadas sem acompanhamento familiar, verificou-se que, das reações físicas observadas, a mais freqüente foi o choro com 22,8%, seguida pela enurese noturna 20,4%, inapetência 14,6%, taquicardia 13,8%, insônia 13%, vômito 8,1% e hipertermia 7,3%. Considerando os dois grupos, crianças hospitalizadas com acompanhantes e sem acompanhantes, os resultados mostraram que as reações físicas se apresentaram da seguinte forma: enurese noturna 24,4%; choro 23,9%, inapetência 13,9%, taquicardia 12,9%, insônia 11,5%, vômito 7,4% e hipertermia 6% dos comportamentos observados. Apesar da enurese noturna ser a reação física de maior frequência no resultado geral dos dois.
Considerações Finais
Neste artigo, argumenta-se a importância da presença de um acompanhante durante o período de hospitalização da criança, tendo como demonstração os resultados das reações físicas e emocionais apresentadas pelas crianças. Como se pôde ver, as crianças hospitalizadas sem acompanhamento manifestaram mais reações físicas (inapetência, taquicardia, insônia, vomito) e emocionais (irritabilidade e agressividade) do que as crianças acompanhadas. Entretanto, apesar de se saber que o alojamento conjunto acompanhante/criança seja relevante para a superação do impacto da hospitalização e para a rápida recuperação das crianças internadas, o que se percebe é que as situações de infra-estrutura dos hospitais conveniados com o Sistema Único de Saúde – SUS inviabilizam a presença dos acompanhantes na internação. Todavia, Novaes (1998) e Mitre (2000) reinteram que, quando os pais não puderem estabelecer o alojamento conjunto, eles devem deixar artigos domiciliares preferidos com a criança, como por exemplo, um cobertor, brinquedo, mamadeira, utensílio de alimentação ou peça de vestuário. A importância de objetos preciosos para as crianças em idade escolar é frequentemente desprezada ou criticada por profissionais de saúde. Esses objetos ajudam as crianças a se sentirem mais confortáveis em um ambiente estranho. Ademais, as atitudes de cooperação da família, contribuem, sobremaneira, para a melhor condução do tratamento da criança. Portanto, um serviço hospitalar, eficaz, também deve contemplar a orientação aos acompanhantes, quanto aos procedimentos e normas do hospital, de forma a conseguir a cooperação e a participação destes, durante a hospitalização das crianças (Collet & Rocha, 2004). As crianças que experimentam hospitalização prolongada ou repetida encontram-se em maior risco de retardo de desenvolvimento, portanto uma meta importante nos cuidados para a criança hospitalizada é minimizar as ameaças para o seu desenvolvimento. Os resultados desta pesquisa poderão servir como um propulsor, principalmente na comunidade onde foi realizada, de reivindicação junto aos órgãos oficiais de saúde, no sentido de exigir o cumprimento, de forma digna, da Lei 8.069/1990 que permite a permanência dos pais nos casos de internação de crianças e adolescentes.

REFERÊNCIAS:
OLIVEIRA, Gislene Farias de; DANTAS, Francisco Danilson Cruz; FONSECA, Patrícia Nunes da. O impacto da hospitalização em crianças de 1 a 5 anos de idade. Rev. SBPH, Rio de Janeiro , v. 7, n. 2, dez. 2004 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582004000200005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 22 jun. 2014.



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