segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

RELATÓRIO DAS AULAS PRÁTICAS


AULA 01:  Chegamos ao Hospital Regional da Ceilândia e fomos recepcionados pela professora Mchilanny, ela nos levou ate uma sala e nos deu um breve resumo sobre a UTI neo e o método canguru, pois já tivemos uma aula especifica do assunto no decorrer do semestre, logo após nos levou para conhecer alguns quartos da maternidade, e a UTI neo, as divisões que são feitas, a quantidade de leitos e como ficaria separado as aulas práticas, como era uma segunda o dia estava bem conturbado pois no final de semana não tem atendimento de terapia ocupacional na unidade, o que acaba gerando uma grande demanda na segunda feira, antes de finalizar a professora deu algumas orientações sobre como seria a próxima aula, e pediu para que todos os alunos estudassem  sobre a UTI neo e o método canguru.

TEORIA: Segundo Brazelton (1988, p. 32)
... ao longo da gravidez o feto está tendo experiências e sendo
moldado pelas experiências da mãe. À medida que se move
em resposta a estas experiências, sua atividade dá à mãe o
‘feedback’ que lhe diz como o bebê reage, dando, talvez, uma
idéia de como o filho é, começando a moldá-lo também.
 E diz ainda que “Separar uma mãe de seu bebê  antes que ela esteja pronta para compartilhá-lo com  outras pessoas podem diluir seu sentimento de  competência e importância para com o bebê”.
Na intenção de diminuir os efeitos dessa  separação, têm surgidos programas e métodos que  buscam garantir à mãe e à criança a oportunidade de  estarem juntos após o parto ou em outras  hospitalizações para que o desenvolvimento do  apego não seja prejudicado. o método canguru: definido pelo  Ministério da Saúde (1999) como um “tipo de  assistência neonatal que implica em contato pele a  pele precoce, entre a mãe e o RN de baixo-peso, de  forma crescente e pelo tempo que ambos  entenderem ser prazeroso e suficiente, permitindo  dessa forma uma participação maior dos pais no  cuidado ao seu RN”.
Esse método não substitui as unidades de terapia  intensiva (UTIs) neonatais nem as incubadoras, mas sim supre as necessidades do RN levando ao desenvolvimento, proporcionando o aleitamento materno, calor da mãe, carícias, enfim, as influências humanas que contribuem na recuperação do RN internado, condições estas não viabilizadas pelos equipamentos da UTI neonatal.
De acordo com Klaus e Kennell (1993), o apego  é de extrema importância para a sobrevivência e o bom desenvolvimento da criança, visto que esse laço inicial entre pais e RN é fonte de todas as ligações subsequentes da criança e que o caráter deste apego  influenciará a qualidade de todos os laços futuros com outros indivíduos. Ao nascer um RN prematuro ou com baixo peso, este é levado para longe da mãe, para um tratamento intensivo que possibilite sua recuperação. No entanto, essa separação causa danos tanto para o bebê quanto para a mãe, uma vez que a relação de apego é abalada. A mãe, por um lado, fica insegura e ansiosa por não poder cuidar do seu filho e a criança sente falta da segurança e apego que lhe foi transmitido pela mãe durante a gravidez. Este fato pode causar danos à mãe uma vez que, ao se sentir incapaz ou insegura para cuidar do filho, ela se afasta perdendo ou esfriando o sentimento de apego pela criança acabando por não acreditar na recuperação deste e abandonando-o (Brazelton, 1988). Para a criança, as conseqüências podem ser maiores, uma vez que longe da mãe, o RN não é amamentado com o leite materno pela própria mãe, tem menos estimulação sensorial, maior risco à infecção hospitalar e maior tempo de internação. O método mãe-canguru nasceu a partir da análise destes aspectos, objetivando um melhor prognóstico dos RNs prematuros e de baixo peso, estimulando o cuidado humanizado, que busca fortalecer os laços mãe/bebê, incentivar o aleitamento materno e a competência materna. Este método proporciona um contato íntimo do RN prematuro com sua mãe, apresentando como benefícios melhora nos ritmos cardíacos e respiratórios, recebem e conservam mais calor, recebem leite materno protegendo-os contra infecções e nutrindo-os, diminuindo os risco de nfecções e complicações iatrogênicas s (Ministério da Saúde, 1999). Além de estreitar os vínculos do binômio mãe/filho, a relação de apego proporcionada pelo método mãe-canguru garante ao pequeno ser humano a força do apoio e do equilíbrio emocional, que somente uma mãe pode proporcionar (Tassi, 2002).
A compreensão teórica de todo esse processo de apego entre a mãe e o RN capacita e conscientiza os profissionais sobre a responsabilidade que têm, além de instrumentalizá-los para que as ações de enfermagem foquem também o social e o emocional, sendo tão importantes quanto o físico que costumeiramente é o mais priorizado. Com isso, alcançou-se uma maior compreensão  da eficácia do método mãe-canguru visto sob o  aspecto afetivo que este proporciona e consequente bem-estar físico gerado aos envolvidos.
No Brasil, hoje, mesmo aqueles profissionais que não utilizam o método em seus serviços e até os que fazem restrições a ele têm buscado compreender melhor a proposta nacional de utilização que foge da perspectiva de substituição de incubadora, utilizando o Método Canguru como mais uma tecnologia disponível para o cuidado do bebê internado em terapia intensiva neonatal. Desta forma o Método Canguru abrange questões como os cuidados técnicos com o bebê (manuseio, atenção às necessidades individuais, cuidados com luz, som, dor); o acolhimento à família; a promoção do vínculo mãe/ bebê e do aleitamento materno; e o acompanhamento ambulatorial após a alta. Foi sob essa perspectiva de minimizar os efeitos negativos da internação neonatal sobre os bebês e suas famílias que a Área da Criança do Ministério da Saúde adotou o Método Canguru como uma Política Nacional de Saúde, inserido no contexto da humanização da assistência neonatal. A Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru foi lançada em dezembro de 1999.




REFERÊNCIAS:  Acta Scientiarum. Health Sciences Maringá, v. 25, no. 1, p. 41-50, 2003


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