AULA
01: Chegamos ao Hospital Regional da Ceilândia e
fomos recepcionados pela professora Mchilanny, ela nos levou ate uma sala e nos
deu um breve resumo sobre a UTI neo e o método canguru, pois já tivemos uma
aula especifica do assunto no decorrer do semestre, logo após nos levou para
conhecer alguns quartos da maternidade, e a UTI neo, as divisões que são
feitas, a quantidade de leitos e como ficaria separado as aulas práticas, como
era uma segunda o dia estava bem conturbado pois no final de semana não tem
atendimento de terapia ocupacional na unidade, o que acaba gerando uma grande
demanda na segunda feira, antes de finalizar a professora deu algumas
orientações sobre como seria a próxima aula, e pediu para que todos os alunos
estudassem sobre a UTI neo e o método
canguru.
TEORIA: Segundo
Brazelton (1988, p. 32)
... ao longo da gravidez o feto está tendo
experiências e sendo
moldado pelas experiências da mãe. À
medida que se move
em resposta a estas experiências, sua
atividade dá à mãe o
‘feedback’ que lhe diz como o bebê
reage, dando, talvez, uma
idéia de como o filho é, começando a
moldá-lo também.
E
diz ainda que “Separar uma mãe de seu bebê
antes que ela esteja pronta para compartilhá-lo com outras pessoas podem diluir seu sentimento
de competência e importância para com o
bebê”.
Na intenção de diminuir os efeitos
dessa separação, têm surgidos programas
e métodos que buscam garantir à mãe e à
criança a oportunidade de estarem juntos
após o parto ou em outras hospitalizações
para que o desenvolvimento do apego não
seja prejudicado. o método canguru: definido pelo Ministério da Saúde (1999) como um “tipo
de assistência neonatal que implica em
contato pele a pele precoce, entre a mãe
e o RN de baixo-peso, de forma crescente
e pelo tempo que ambos entenderem ser
prazeroso e suficiente, permitindo dessa
forma uma participação maior dos pais no
cuidado ao seu RN”.
Esse método não substitui as unidades de
terapia intensiva (UTIs) neonatais nem
as incubadoras, mas sim supre as necessidades do RN levando ao desenvolvimento,
proporcionando o aleitamento materno, calor da mãe, carícias, enfim, as
influências humanas que contribuem na recuperação do RN internado, condições
estas não viabilizadas pelos equipamentos da UTI neonatal.
De acordo com Klaus e Kennell (1993), o
apego é de extrema importância para a
sobrevivência e o bom desenvolvimento da criança, visto que esse laço inicial
entre pais e RN é fonte de todas as ligações subsequentes da criança e que o
caráter deste apego influenciará a
qualidade de todos os laços futuros com outros indivíduos. Ao nascer um RN
prematuro ou com baixo peso, este é levado para longe da mãe, para um
tratamento intensivo que possibilite sua recuperação. No entanto, essa
separação causa danos tanto para o bebê quanto para a mãe, uma vez que a
relação de apego é abalada. A mãe, por um lado, fica insegura e ansiosa por não
poder cuidar do seu filho e a criança sente falta da segurança e apego que lhe
foi transmitido pela mãe durante a gravidez. Este fato pode causar danos à mãe
uma vez que, ao se sentir incapaz ou insegura para cuidar do filho, ela se
afasta perdendo ou esfriando o sentimento de apego pela criança acabando por
não acreditar na recuperação deste e abandonando-o (Brazelton, 1988). Para a
criança, as conseqüências podem ser maiores, uma vez que longe da mãe, o RN não
é amamentado com o leite materno pela própria mãe, tem menos estimulação
sensorial, maior risco à infecção hospitalar e maior tempo de internação. O
método mãe-canguru nasceu a partir da análise destes aspectos, objetivando um
melhor prognóstico dos RNs prematuros e de baixo peso, estimulando o cuidado
humanizado, que busca fortalecer os laços mãe/bebê, incentivar o aleitamento
materno e a competência materna. Este método proporciona um contato íntimo do
RN prematuro com sua mãe, apresentando como benefícios melhora nos ritmos
cardíacos e respiratórios, recebem e conservam mais calor, recebem leite
materno protegendo-os contra infecções e nutrindo-os, diminuindo os risco de
nfecções e complicações iatrogênicas s (Ministério da Saúde, 1999). Além de
estreitar os vínculos do binômio mãe/filho, a relação de apego proporcionada
pelo método mãe-canguru garante ao pequeno ser humano a força do apoio e do
equilíbrio emocional, que somente uma mãe pode proporcionar (Tassi, 2002).
A compreensão teórica de todo esse
processo de apego entre a mãe e o RN capacita e conscientiza os profissionais
sobre a responsabilidade que têm, além de instrumentalizá-los para que as ações
de enfermagem foquem também o social e o emocional, sendo tão importantes
quanto o físico que costumeiramente é o mais priorizado. Com isso, alcançou-se
uma maior compreensão da eficácia do
método mãe-canguru visto sob o aspecto
afetivo que este proporciona e consequente bem-estar físico gerado aos envolvidos.
No Brasil, hoje, mesmo aqueles
profissionais que não utilizam o método em seus serviços e até os que fazem
restrições a ele têm buscado compreender melhor a proposta nacional de
utilização que foge da perspectiva de substituição de incubadora, utilizando o
Método Canguru como mais uma tecnologia disponível para o cuidado do bebê
internado em terapia intensiva neonatal. Desta forma o Método Canguru abrange
questões como os cuidados técnicos com o bebê (manuseio, atenção às
necessidades individuais, cuidados com luz, som, dor); o acolhimento à família;
a promoção do vínculo mãe/ bebê e do aleitamento materno; e o acompanhamento
ambulatorial após a alta. Foi sob essa perspectiva de minimizar os efeitos
negativos da internação neonatal sobre os bebês e suas famílias que a Área da
Criança do Ministério da Saúde adotou o Método Canguru como uma Política
Nacional de Saúde, inserido no contexto da humanização da assistência neonatal.
A Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru
foi lançada em dezembro de 1999.
REFERÊNCIAS:
Acta Scientiarum. Health Sciences
Maringá, v. 25, no. 1, p. 41-50, 2003
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