O adoecimento e a hospitalização representam rupturas no cotidiano do paciente e de sua família. Em geral, o paciente deixa de ir à escola, se afasta de seus familiares e amigos, não realiza muitas de suas atividades cotidianas, os familiares, por sua vez, têm sua rotina alterada, precisam se afastar do lar, além de gerenciar os cuidados com o paciente doente e as demandas da família, entre outros aspectos, o que causa uma crise complexa e difícil.
MINHA VISÃO SOBRE A AULA: Desde o começo do curso escutamos muito sobre humanização, sobre as dificuldades enfrentadas em uma hospitalização, mas essa aula foi bem impactante e me fez entender e sentir um pouco dos sentimentos que o paciente sofre, principalmente quando ocorre uma internação não eletiva. A linha do tempo que fizemos foi nostálgica e esperançosa em relação ao futuro, e quando a professora deu o comando de passarmos um risco na linha do tempo, e ficticiamente esse momento seria rompido por uma hospitalização, me comoveu. A rotina hospitalar é muitas vezes invasiva, o paciente perde sua privacidade, seu poder de autonomia e decisão, e nós terapeutas ocupacionais precisamos entender e tentar diminuir os impactos sofridos pelos pacientes. Acho que um processo muito importante é a humanização, isso faz com que o paciente se sinta cuidado afetivamente. Participo de um grupo de humanização hospitalar, e é bem clara e evidente a necessidade desse tipo de trabalho dentro de um hospital, os pacientes esperam ansiosos a nossa chegada todos os sábados, participo do projeto como cidadã, mas não posso deixar de lado o meu olhar enquanto terapeuta ocupacional.
BASES TEÓRICAS: O terapeuta ocupacional entende que “(a rotina institucional) mascara, no dia a dia, a identidade de cada indivíduo que ali se encontra, isto é: seus desejos, seus sonhos, sua criatividade, seus sentimentos...” (Pengo, 2010).
A revisão bibliográfica na área de internação hospitalar constata que, entre os aspectos mais frequentemente abordados nos trabalhos, encontra-se a experiência de pacientes no manejo de procedimentos médicos invasivos, considerando ser este um importante estressor presente no tratamento de crianças hospitalizadas (Motta & Enumo, 2002, Chen, Craske, Katz, Schwartz, & Zeltzer, 2000, Costa Jr., 1999; Manne, Bakeman, Jacobsen & Redd, 1993). Entre esses trabalhos, encontram-se artigos baseados em relatos de experiência, como o de Garcia (1996), ressaltando a importância de intervenções psicossociais que minimizem a ansiedade, o medo e a angústia, tanto do paciente internado quanto dos familiares e profissionais de saúde frente aos procedimentos invasivos.
Há um despreparo dos pacientes no que se refere à experiência hospitalar e aos procedimentos correlatos. O motivo é baseado no princípio de que o medo de algo desconhecido resulta numa exacerbação da fantasia. Portanto, diminuir os elementos de desconhecimento para o paciente resultaria em menor medo. Quando os pacientes não sentem o medo paralisante de enfrentamento, eles são capazes de direcionar suas energias no sentido de lidar com os estresses inevitáveis da hospitalização e assim, se beneficiarem do potencial de crescimento inerente à experiência (Leifer, 1996)
REFERÊNCIAS: OLIVEIRA, Gislene Farias de; DANTAS, Francisco Danilson Cruz; FONSECA, Patrícia Nunes da. O impacto da hospitalização em crianças de 1 a 5 anos de idade. Rev. SBPH, Rio de Janeiro , v. 7, n. 2, dez. 2004 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582004000200005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 08 dez.
2013.
“A HOSPITALIZAÇÃO MUDA DE FORMA BRUSCA E URGENTE A ESTRUTURA DA VIDA COTIDIANA DO PACIENTE, E O TERAPEUTA OCUPACIONAL DEVE AGIR PARA QUE O PACIENTE SOFRA O MINIMO POSSÍVEL COM ESSA MUNDAÇA”
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